Você sabia que antes do feminismo já haviam mulheres que lutavam por alguns direitos iguais aos homens ? Eram as sufragistas. O movimento sufragista ocorreu em vários países democráticos no mundo , entre o fim do século XIX e o início do século XX , para organizar a luta das mulheres pelo direito ao voto. Esse foi o primeiro grupo de luta contra a desigualdade de direitos de gênero , mas ainda não se chamava feminismo.
Simone de Beauvoir foi escritora , filósofa, intelectual, ativista e professora. Fez parte do movimento existencialista francês, ela foi considerada uma das maiores teóricas do feminismo moderno. Sua grande contribuição foi no campo dos estudos sobre o feminismo e na luta da igualdade de gênero. Beauvoir foi defensora da teoria existencialista.
Ao longo da história foram surgindo correntes do feminismo. Existe um tipo de feminismo que explica essa questão muito bem, é o feminismo interseccional. Ele foi criado por mulheres negras, essas mulheres sentiam de expressar que elas e as mulheres eram diferentes e que tinham necessidades diferentes. O feminismo interseccional diz a respeito das intersecções ou recortes de opressões e vivências que devem ser feitos quando se for analisar as estruturas de dominação – exploração bem como os sujeitos atingidos de maneira desprivilegiada por elas. Dessa forma tem o recorte de gênero, raça, classe, sexualidade, etc., porque reconhece-se que as mulheres sofrem todas juntas as mesmas opressões. O feminismo interseccional não é considerado como uma vertente do feminismo, ele se apresenta como uma forma de consenso entre as demais correntes.
Agora vamos falar do feminismo radical, essa vertente nasce nos Estados Unidos nos anos 60. As pautas levantadas pelo movimento foram; direito à contracepção, ao aborto, ao planejamento familiar, luta contra todas as diferentes formas de opressão e misoginia, reinvindicação à igualdade de todos os direitos morais, sexuais, jurídicos, econômicos e simbólicos. O feminismo radical pode ser considerado uma vertente do feminismo que utiliza o método dialético e materialista para analisar as origens de opressão contra os corpos femininos. A palavra “radical” (de feminismo radical) vem de raiz, que significa que elas procuram a raiz da opressão. Se diz que a raiz da opressão é a família nuclear e a propriedade privada. O feminismo radical cultiva posições críticas a vários pontos, entre eles não aceitar as mulheres trans no movimento. De acordo com uma feminista radical, a ideia de que “qualquer um pode ser mulher” invalida a luta das mulheres cisgênero, que conquistaram direitos básicos e daquelas que ainda sofrem ao redor do mundo, por não poderem votar, estudar, trabalhar divorciar, entre outras coisas, porque são do sexo feminino.
A luta por igualdade de gênero já conquistou muita coisa, mas ainda temos muito que conquistar. Ainda tem muitas mulheres que sofrem violência e opressão, infelizmente o Brasil ocupa a 5o posição em um ranking global de assassinatos de mulheres. Essa taxa só é maior em El Salvador, na Colômbia, na Guatemala e na Rússia, e a maioria desses crimes foram cometidos por alguém da própria família. Treze mulheres são assassinadas por dia. Em 2013 tiveram mais de 4,7 mil mortes, a maioria das vítimas tinha entre 18 e 30 anos e mais de 6 em cada 10 mulheres eram negras. Entre 2003 e 2013, o número de assassinatos de mulheres negras aumentou 54% enquanto o mesmo crime contra as mulheres brancas caiu quase 10%.
Outra voz do feminismo é a Djamila Ribeiro, ela é filósofa, feminista, negra, escritora e acadêmica brasileira. É pesquisadora e mestra em Filosofia Política pela Unifesp. Ficou conhecida no país por seu ativismo na internet, atualmente é colunista do jornal Folha de S. Paulo. Algumas de suas obras são, “O que é lugar de fala?”, “Quem tem medo do feminismo negro?”, “Pequeno manual antirracista”, “Lugar de fala”.