Em nosso dia a dia pedagógico na Espiral Escola Viva,  crianças e educadores são, simultaneamente, sujeitos aprendentes e ensinantes. Caminham juntos em suas indagações, buscando condições para mostrar o que sabem e expor suas ideias, opiniões e hipóteses. Dessa forma, surge um amplo leque de oportunidades para a manifestação das subjetividades, o que conduz à transformação e à aprendizagem.

Contaremos a seguir uma pequena história que vem se desenvolvendo por meio da pesquisa de uma criança de oito anos sobre Roma Antiga, a partir de seu interesse pelo pelo tema até seu encantamento pelo Coliseu. Boa leitura!

Beto*, um menino de oito anos, agenda um horário com a educadora *Lívia para falar sobre arte na época da Roma Antiga. Os dois partem para pesquisas em livros e no Google e realizam conversas com o estagiário especialista em História.

Beto registra em seu caderno o que vai descobrindo e, ao deparar-se com o Coliseu, encanta-se. Em seus registros, encontramos desde a forma até os materiais empregados na construção do Coliseu, assim como todo relato histórico do que acontecia naquela época.

Quando ele se dá conta de que o Coliseu é considerado uma das sete maravilhas do mundo, surge o desejo de construir uma maquete. A decisão partiu da importância que ele atribuiu ao monumento, por isso quis fazer algo que considerava bem difícil.

Beto, que já havia estudado medidas e experimentado o uso da régua em um protótipo do 14-Bis, mostrou-se confiante para traçar as medidas das paredes, janelas e suporte e também para desenhar uma elipse. Quando chegou a hora de finalizar a estética da maquete, decidiu que a melhor escolha seria usar a pintura com terra, técnica que já utilizara em outras atividades.

Outras crianças se envolveram com o desenrolar da pesquisa de Beto. Passavam, paravam, observavam, perguntavam, davam ideias. Num desses momentos, *Rosa, que precisava entender as formas geométricas e usar a régua pela primeira vez para aprender medidas, pergunta a Beto: – Quanto é a medida do lado menor do retângulo?

Beto, que estava entretido na produção de sua obra, logo se propôs a ajudá-la, perguntando quanto media o lado maior. Ela disse “11 centímetros”. Ele então perguntou qual era a metade disso. Ela respondeu com incerteza  que era 5, ao que ele questionou, dizendo que a soma daria 10, e não 11. Tranquilamente, Beto pegou a régua e mostrou que, tirando um centímetro de 11, o resultado poderia ser dividido ao meio; logo Rosa visualizou o resultado e respondeu: “5,5”. Lívia manteve a postura de espectadora desse processo de aprendizagem, atenta às intervenções futuras que se fizerem necessárias.

(*Nomes fictícios)

Texto de Ângela Tuti e Claudia Duarte.